14 de julho de 2013

textos de amor..


Os Três Mal-Amados
O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.

O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.

O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.

O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.

Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.

O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.

O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.

O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.

O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.

O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.

O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.


Somos adolescentes


 Somos adolescentes e estamos aprendendo. Merdas acontecem a todo momento. Nós desafiados, mentimos, criticamos a tudo e todos. Lutamos por coisas sem importância. Nos apaixonamos e no final sofremos. Ficamos em festas até o amanhecer, bebemos até estarmos fora de si. Odiamos pessoas sem motivos. Ficamos até tarde tendo conversas profundas, ou apenas pensando. Saímos com nossos amigos, e rimos muito, o que tudo ocasionará lembranças. Um dia isso tudo vai passar. Podemos desperdiçar o tempo com coisas ruins, mas um dia você vai desejar que ainda fosse adolescente. Então faça o que você mais quer agora, esqueça todas as porcarias e dramas, e então viva sua vida com o grande e sexy sorriso no rosto.




Amigos são "cores",
cada qual com seu matiz,
e um jeitão sempre muito marcante.

Há o Amigo "cor verde" :
É aquele que em tudo
ressalta a beleza da Vida
e põe esperança nela.
Ergue-nos!

Há o Amigo "cor azul" :
Ele sempre traz palavras de paz e de serenidade,
dando-nos a impressão, ao ouvi-lo,
que estamos em contato direto com o céu
ou com o profundo azul do mar.
Ele nos eleva!

Há o Amigo "cor amarela" :
Ele nos aquece, assim como o sol;
faz-nos rir, sorrir e enxergar o amarelo brilho
das estrelas bem ao alcance das nossas mãos.

Há o Amigo "cor laranja" :
Ele nos traz a sensação de vigor, saúde,
enriquece nosso espírito com energias
que são verdadeiras vitaminas para o nosso crescimento.

Há o Amigo "cor vermelha" :
É aquele que domina as regras de viver,
é como nosso sangue.
Ele acusa perigos,
mas nunca nos abala a coragem.
É pródigo em palavras apaixonadas
e repletas de caloroso amor.

Há o Amigo "cor roxa" :
Ele traz à tona nossa essência majestosa,
como a dos reis e dos magos.
Suas palavras têm nobreza, autoridade e sabedoria.

Há o Amigo "cor cinza" :
Ele nos ensina o silêncio, a internalização e o auto conhecimento.
É um indutor a pensamentos e reflexões.
Ajuda-nos a nos aprofundarmos em nós mesmos.

Há o Amigo "cor preta" :
Ele é mestre em mostrar nosso lado mais obscuro,
com palavras geralmente duras,
atinge-nos sem "anestesia" e,
com boas intenções,
leva-nos a melhor considerar
nossas atitudes perante a vida.

... E há o Amigo "cor branca" :
Esse é uma mistura de todos.
é aquele que "saca" um pouco de cada um
e nos revela verdades nascidas da vivência e
da incorporação de conhecimentos.
Ele nos prova que, não só ele,
mas também todos os outros,
têm verdades aprendidas para partilhar conosco.

Se reunirmos a todos num Grande Encontro,
veremos um arco-íris de Amor e de Amizade.

Dependentes do Amor


É um grande sarcasmo das pessoas abrirem a borca para dizer, que preferem aventuras ao invés de um grande amor, a boca pode até passar esta ideia ao soar isso, mas os olhos nunca mentem, pois a maioria destas pessoas guardam dentro de si um grande amor, que por muitas vezes não é correspondido e preferem esconder-se atrás de pequenos momentos de alegria ou uma noite de prazer, mas no fundo o que elas queriam realmente era um só alguém para todas as noites, para todos os momentos bons ou ruins, alguém que as surpreendesse num dia banal, que lhes comprasse um cartãozinho romântico dentre outras coisas a mais, pois no fim todos nós somos inteiramente dependentes do que se chama amor.

Que saibamos brincar e encantar tudo que nos ofereçam.

Já pensou que enquanto elaboramos algo espirituoso para oferecer aos outros, o que eles esperam é um simples 'Bom Dia'? É aquela velha história de ser 'surpreendente'. Então, que nosso dia seja repleto de primaveras e que dentro de cada acontecimento se revele em folhetins tudo aquilo que desejamos. Que saibamos brincar e encantar tudo que nos ofereçam. E que esse seja o nosso diferencial.

Estou cansada...

Já cansei de errar e acertar, de tentar acertar sempre e não ser valorizada por isso... de querer ser eu e não ser aceita... Cansei de tentar agradar. Cansei de querer bem o outro me prejudicando. Cansei de todas as pessoas que se sentem o centro do mundo e acham que no meio de milhões elas são únicas. Uma dica muito importante: Únicos na minha vida, só 'Deus, meu pai e minha mãe.


Estou aprendendo... Que AMORES ETERNOS podem acabar em uma noite.Que grandes amigos podem nos tornar ferrenhos inimigos. Que o amor,sozinho,não tem a força que imaginei. Que ouvir os outros é o melhor remédio e o pior veneno. Que a gente nunca conhece uma pessoa de verdade, afinal gastamos uma vida inteira para conhecer a nós mesmos. Que a confiança não é questão de luxo,e sim de sobrevivência. Que os poucos amigos que te apoiam na queda,são muito mais fortes do q os muitos q te empurram. Que o "nunca mais" nunca se cumpre,que o "para sempre" sempre acaba,que ainda não inventaram nada melhor do que colo de mãe desde que o mundo é mundo.Que vou sempre me surpreender,seja com os outros ou comigo. Que vou cair e levantar milhões de vezes... e ainda não vou ter aprendido tudo!... Então é so ter paciência... e esperar... que o que é nosso ta guardado.

Vida sem sentido


Nas grandes cidades, no pequeno dia-a-dia
O medo nos leva tudo, sobretudo a fantasia
Então erguemos muros que nos dão a garantia
De que morreremos cheios de uma vida tão vazia

Nas grandes cidades de um país tão violento
Os muros e as grades nos protegem de quase tudo
Mas o quase tudo quase sempre é quase nada
E nada nos protege de uma vida sem sentido

Um novo sentido

Assim como todas as manhãs, acordei com aquela imensa vontade de abrir a janela e sentir o sol bater no meu rosto. Porém, bem antes de abrir os olhos senti um calor estranho que se acomodava por todo meu corpo. Algo incomum, e que não era incômodo, pelo contrário, me aquecia, confortava. Era tão límpido, tão puro, que me impedia de ver, mas apenas sentir. Nesse momento percebi que bastava deixar ele nascer dentro de mim. Levantei, vesti-me e saí; era minha caminhada de todo dia... As mesmas pessoas, o mesmo local, e as atividades de sempre... Numa visão diferente de tudo que eu já tinha experimentado ali, comecei a ver com os olhos de um cego, ouvir com os ouvidos de um surdo, falar com a voz dos mudos... E a partir desse instante, em todos os dias os sorrisos que eu retribuía tomaram sentido também pra mim.



De todas as maneiras
Que há de amar
Nós já nos amamos
Com todas as palavras feitas pra sangrar
Já nos cortamos
Agora já passa da hora
Tá lindo lá fora
Larga a minha mão
Solta as unhas do meu coração
Que ele está apressado
E desanda a bater desvairado
Quando entra o verão


É o fim

Então é isso, acabou. Não tem mais briga, não tem mais lágrima, não tem mais decepção, não tem mais esperança alguma, não tem mais nós, mesmo ainda ter restado vestígios, mesmo ainda sendo eu e você, mesmo apesar de tudo. Mas esquece, eu não volto mais, não volto mais pros teus braços dizendo que sinto tua falta e que te quero de novo, de novo e de novo, não volto a falar com você fingindo que nada tenha acontecido, não volto a fingir que não me importo com esse teu jeito, não volto pra acreditar nas tuas palavras, não volto pra você. Simplesmente não resta nem 1% de tudo que éramos, de tudo que tínhamos. Acabou. Nunca pensei que falaria isso, muito menos pra você, nunca pensei que o fim fosse ser desse jeito, igual aos outros. Nunca pensei que fim seria mesmo fim. É tão difícil te dizer adeus e deixar aqui tudo que restou e seguir em frente sem você. É tão difícil dizer que tudo que nós passamos, é simplesmente passado, passado e nada mais. Que tudo isso foi embora e não nos resta mais nada. Mas digo com convicção e sem medo: Acabou. Eu juro que vou tentar me recompor dessa falta que você me fez e ainda faz, juro que daqui á um tempo não lembrarei nem de seu nome, nem da cor do seu cabelo, nem do seu sorriso, da sua voz, da sua risada, não lembrarei de nós. Nada mudará, apesar de saber que tudo estará diferente. Pensando bem, nunca fomos feitos um para o outro, e nunca iremos ser. Nossas medidas são erradas, e mesmo minha boca tendo o perfeito encaixe na tua, eu não tenho o perfeito encaixe em ti, mesmo tendo e não tendo ao mesmo tempo. Nós nunca vamos pertencer completamente um ao outro, sempre ficaremos nesse meio-termo de ir ou ficar, sempre seremos desse jeito errado e torto. Então, quero te dizer que falo isso pra que você entenda que acabou, acabou. Simplesmente cansei. Cansei de passar noites em claro pensando em você, cansei dessas nossas ligações sem sentido, cansei de passar horas discutindo por você, cansei de sempre acabar voltando pra esse ciclo vicioso entre nós, cansei de sempre procurar encontrar uma esperança, mesmo que pequena para mim e você, cansei dessas nossas indiretas uma para o outro e cansei mais ainda de ter de repetir todos os dias que não quero mais continuar nesse nosso lengalenga, cansei das nossas idas e vindas, eu cansei. Eu preciso de algo estável, de algo concreto e sólido. E cá entre nós, você não é nada disso. Eu te amo com todas as minhas forças possíveis, mas acabou.

Crônica do Amor



Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta. O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.

Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.
Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.
Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.

Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no
ódio vocês combinam. Então?

Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.
Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a
menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.
Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você amaeste cara?

Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.

É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura
por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.
Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?
Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.
Não funciona assim.

Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.

Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!
Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.


Cada um ao seu tempo


De repente, você vê que aprendeu várias coisas. Mas não foi de repente, foi aos poucos. "De repente" não quer dizer que você aprendeu rápido. Quer dizer que você não percebe que está aprendendo, até que aprende.

Você olha pra suas fotos antigas e não consegue se enxergar. Você lembra de frases ditas e atitudes tomadas e as trata como se fossem de um outro alguém. Você aprende que não há amor que não acabe, doença que não se cure, não há estrada sem fim. O caminho, sim, é sem fim. Basta torcer para estar percorrendo o caminho certo. Basta perceber que o seu caminho é errado e esperar pelo próximo retorno. É uma estrada de duas mãos.

De repente, você se sente cansado de tanto aprender quando, na verdade, você está é cansado de estar rodeando de gente que não aprendeu porra nenhuma. Não te preocupa. Todos aprendem, cada um a seu tempo. O problema é que alguns demoram tanto que acabam morrendo antes da primeira aula.

Talvez você tenha aprendido mais que eu, ou até menos, ou então aprendido coisas diferentes, ou matado todas as tuas aulas mais importantes. Não sei mesmo, mas minha única certeza é que eu não concordo com uma vírgula do que você diz.




E uma compulsão horrível de quebrar imediatamente qualquer relação bonita que mal comece a acontecer. Destruir antes que cresça. Com requintes, com sofreguidão, com textos que me vêm prontos e faces que se sobrepõem às outras. Para que não me firam, minto. E tomo a providência cuidadosa de eu mesmo me ferir, sem prestar atenção se estou ferindo o outro também. Não queria fazer mal a você. Não queria que você chorasse. Não queria cobrar absolutamente nada. Por que o zen de repente escapa e se transforma em sem? Sem que se consiga controlar.



Mas eu te amei, mesmo, por causa daquele segundinho, o segundinho que a chavinha virou para a direita. O segundinho da pizza e do interfone.
E assim foi por quase dois anos. Eu me perguntava quando isso teria fim. Motivos profundos, nobres e óbvios para deixar de te amar também não me faltaram, mas nenhum deles foi suficiente ou funcionou.
Você acompanhou com olhos humildes e humilhados todos os passos da sua ex naquela festa e eu continuei te amando. Você confundiu Chico com Vinicius e eu continuei louquinha por você. Você tinha aquele probleminha de não segurar o prazer e meu maior prazer sempre foi qualquer segundo ao seu lado. Você me largou sozinha naquele hospital, com a minha mãe sem saber se tinha ou não metástase, e foi para a praia com seus amigos bombados. E eu, no fundo, te perdoava, te entendia, te amava cada vez mais. Você me mandou embora da sua casa, do seu carro, da sua vida, da memória do seu computador, do seu celular e do seu coração. Você me deletou. E eu passei quase um ano quietinha, te esperando, rezando pra Santo Antônio te ajudar a ver que amor maior no mundo não poderia existir.
Eu segui amando e redesenhando cada dobrinha da sua pele, cada cheiro escondido dos seus cantinhos, cada cílio torto, cada risada alta, cada deslumbre puro com a vida, cada brilho nos olhos quando o mar estivesse bonito demais. Cada preguiça, cada abandono, cada estupidez, cada limitação, cada bobeira. Amava seus erros assim como amava os acertos, porque o que eu amava, enfim, era você.

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